terça-feira, 4 de abril de 2017

Sombra Calada

A chuva cai como pedra
Fere a visão do cego
Sentindo o furo de um prego
Na sombria tensão da guerra

No caminho sujo de lama
Piso nas poças de merda
E o olho com medo em alerta
Na bala que o peito chama

No chão a mesma terra
Que escorreu pelo meu rosto
Sabendo que este gosto
É da vida que me espera

Um passo após o outro
No meio de um nada
Seguindo a sombra calada
Solitária no conforto

(Diego Diegues)